A premissa é que microdoação não é esmola. O objetivo: tornar a aplicação a maior rede social de filantropia do planeta. O desafio começou a ser construído há dois anos, quando Gabriel Khawali se juntou a outros três sócios para lançar nas lojas de aplicativos o Joyz (Android, iOS). Atualmente, o app conta com 300 mil usuários e cresce de 600 a 1,2 mil por dia. Os sócios já tiveram o retorno do dinheiro investido, cerca de R$ 700 mil e, em outubro, alcançaram um faturamento bruto de R$ 280 mil.
Porém, para Khawali, o mais importante foi validar que, com pouco, as pessoas podem fazer a diferença de quem precisa.
Como funciona
Ao se cadastrar, o usuário ganha até 40 joyz, a moeda da aplicação. Cada joyz vale R$ 0,10. Na plataforma há uma série de páginas de ONGs, instituições e causas. Elas postam fotos e, para cada imagem, o usuário da rede pode doar de 1 a 100 joyz.
A plataforma conta também com empresas.
Caso os joyz do usuário acabem ele pode comprá-los, sem taxas bancárias. Ou seja, se a pessoa quer comprar 100 joyz, ela não precisará pagar DOC, TED ou a taxa do PayPal, por exemplo. O Joyz cobre esse custo.
A terceira maneira de se conseguir joyz é interagindo com as empresas que estão na mídia social. Ao navegar na plataforma, uma tela pode aparecer perguntando ao usuário se ele aceita responder a uma pesquisa, fazer um cadastro, assistir a um vídeo, por exemplo, em troca de alguns joyz. Caso aceite, no fim dessa interação, a marca dá uma quantia X da moeda e ele pode gastar como quiser dentro do app.
É aí que a startup monetiza. Para estar na mídia social, as marcas compram o joyz por um valor mais alto: 1 joyz vale R$ 0,40.
Para o sócio, o pulo do gato da startup está na forma como as empresas interagem com o público. Nos retornos, ao perguntarem se o usuário quer fazer a interação com uma empresa, 80% respondem que sim. “Depois que o usuário ganha joyz da marca, a gente pergunta se ele quer deixar um depoimento para ela. Em dois meses de campanha, tivemos mais de 5,2 mil mensagens de usuários diferentes. São pessoas que dizem que vão voltar a consumir a marca, que vão deixar de usar o concorrente, e por aí vai. O Joyz não é uma rede de massa. É de engajamento extremo entre usuário e marca presente no aplicativo”.
Perspectivas
Atualmente, há causas de outros países, como México, Colômbia e China. No entanto, por enquanto, ao menos, o foco da empresa está no Brasil. “Vamos expandir em 2019 para outros países. Queremos ser a maior rede de doações do mundo”, sonha Khawali. Para isso, depois de dois anos vivendo do boca a boca entre as causas presentes no app, a startup irá investir em marketing. “A ideia é aparecer mais para ter mais empresas amigas engajadas e ver como a plataforma pode ser importante”, explica, sem dizer quantas estão atualmente no app. “Financeiramente estamos ferrados, mas estamos felizes porque a gente tem um propósito.”